Relutei em falar sobre os casos de violência em Santa Teresa, na medida em que sou totalmente contrário aos empenhos (esporádicos) da mídia em "setorizar" a criminalidade. Tendo em vista que, quando registradas na mesma área, uma sequência de graves ocorrências quase sempre aguça o sensacionalismo dos meios de comunicação, passamos a assistir passivamente a banalização da violência.
Mas peraí, a violência já não é algo tão banal na Nossa Cidade? Nosso País? Talvez você tenha pensado ou talvez e tenha viajado ou talvez o hipertexto nem dê tempo para isso. O triste é ver que apesar da violência está sempre presente, agindo e manchando de sangue a nossa sociedade, ela só afeta realmente a população em 2 momentos: Através da espetacularização do circo midiático ou quando chega perto de Você.
Voltando a Santa Teresa, é exatamente isso que ocorre. Como ex-morador afirmo que as brechas que facilitam as ações criminosas estão ali a anos. Quedas de luz pontuais em longos trechos, policiamento insignificante e etc. Contudo, a sequência da última semana é lamentavelmente assustadora. Caso atrás de caso, alguns com requintes de crueldade. Aliás o que me leva a postar é a reflexão que surgiu hoje na roda: Um caso narrado no qual o assaltante se vira para a mãe de família e diz que ela pode ficar tranquila, já que a facção deles não estupra. Poxa vida, Meu Deus! (Pensei em todos os xingamentos possíveis e sei que nenhum ficaria bem aqui).
Ou seja: nos resta sermos eternamente gratos se devido as circustâncias de ter uma arma apontada para nossas cabeças, tratar-se de bandidos com alguma coisa que eu não me atrevo a chamar de 'ética'. E infelizmente é isso. Nós estendemos as mãos aos céus por escaparmos ilesos mas não agimos para mudar essa realidade. Mas que atitude tomar??? Confesso que fico perdido. Tanta ONG falcatrua, tanto interesse político, fica difícil enxergar alguma iniciativa digna. Além do mais, passeata na orla não vale, embora nunca saia de moda.
Outra sombria ilustração da realidade. Um soco no estômago é pouco, prefiro ironicamente citar o Datena (apesar de não ter a menor admiração por ele): "Um tapa na cara da sociedade".
(16/03/2009)
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