quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Memórias de um viajante solitário


Booooooooom dia, Rio de Janeiro! Salve, salve Brasil...

Com esse post começarei a dividir um pouco das reflexões decorrentes das impressões registradas pela minha última incursão ao nordeste... ao mesmo tempo, torna-se inevitável as comparações com o Rio de Janeiro. Daria um filme e muito mais, mas me contentarei com breves momentos onlines no melhor estilo Forrest Gump.

Primeiramente: trata-se não apenas de conhecer paisagens bonitas, tirar fotinhos marotas e pagar de turistão na terra dos outros. O tipo de viagem que eu prezo e recomendo é aquela que você consegue se camuflar na multidão dos outros e entender como aquela galera vive e como funciona aquela outra dimensão. Uma espécie de antropologia contemporânea vida loka.

Em 2008, juntei uma grana e resolvi rumar para o Nordeste sem conhecer nada nem ninguém. Eu conhecia apenas Bahia e Alagoas na região e queria descobrir como as coisas funcionavam acima dessas unidades federativas anteriormente conquistadas. Após uma boa análise na relação custo/benefício das promoções tarifárias e lembranças acerca de indicações anteriores, constatei que Natal-Rio Grande do Norte era o lugar longe e mais barato que eu conseguiria chegar. A intenção era ficar 1 semana no albergue, conhecer freneticamente os picos imperdíveis e descer pra outros lugares. Porém o destino, a sorte ou o que quer que seja tratou de agir. Na procura pelo albergue, sob sol escaldante e carregando muito peso, perdido, acabei conhecendo um cara de moto que percebeu qual era a minha busca e indicou o caminho do albergue. Além disso, deixou no ar que alugava uns kitnets na frente do albergue, caso eu quisesse conferir. O resultado é que no primeiro dia lá estava eu, em meio a um churrasco dos moradores escutando música brega e bebendo Montilla (uma bebida até então desconhecida para mim). Permaneci 1 mês em Natal e nunca entrei no albergue. 

Esse foi o ponto de partida para reafirmar a ideia de que viajar sozinho e permanecer muito tempo no local como local abre portas, impõe dificuldades e faz você entrar em contato com pessoas que muito dificilmente cruzariam o seu caminho na estrada dessa vida. Portanto, nessa categoria de viagem, viajar não é apenas  contemplar belezas naturais na cia de miguxos oriúndos da mesma dimensão que você. Torna-se um fortíssimo processo reflexivo interno aliado a um curso de MBA em interações múltiplas. E claro, a viagem só acaba quando termina.

Aos poucos irei traçar um panorama acerca das unidades federativas exploradas: Paraíba e Sergipe. Obrigado a receptividade de todas as pessoas próximas no retorno...  vamo que vamo, o tempo urge e a Sapucaí é grande!!!!