sábado, 26 de dezembro de 2009

Praia Férvida, Montanha Gélida

São quase 4 da manhã, insônia das brabas pra fazer jus ao nome do blog. Filme do Arnaldo Jabor passando na tv e música do Chico rivalizando com o barulho do ventilador. Nesse cenário, o eu-lírico pede passagem...

Quando as luzes se apagavam, ela surgiu

Aos 45 do segundo sua franja reluziu


Um misto de autismo e sensualidade

Poucas palavras e um ar de sensibilidade

ou seria crueldade?


Era difícil decifrá-la mas eu tentava

Futsal, Baleiro e Cruz de Malta era o pouco que enxergava


Mas o tempo desvenda

E não há quem não aprenda


Para uma oficina a convidei

Com seu talento na escrita me espantei

Com o Chico lhe presenteei

Por capricho da rotina me distanciei

De sua antipatia cansei

e um esquisito para ela virei


Uma lacuna, um intervalo

Mas sem deixar a interação ir pelo ralo

Mérito do mundo virtual

Sustento do mundo (i)real


Não existe mais franja

Mas quero uma canja


Longe do último ato

Chamo a cabrocha para o teatro


O futuro dela é escrever romance

Enquanto analisarei a sociedade de olho no lance


Aguardarei sua presença na praia férvida

Para subir no alto da montanha gélida


(10/03/2009)

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