sábado, 26 de dezembro de 2009

Eu Quero Ver Gol - Parte 1


Caros leitores de hipertexto, alguns finais de semana realmente me fazem sentir saudades do que ainda nem aconteceu. O Rio de Janeiro é efervescência, disso acho que ninguém discorda. Talvez esse relato beire para o âmbito pessoal, mas o desejo de ter isso registrado falou mais alto. Faço isso pelo tom nostálgico que esse post terá quando eu revê- lo daqui a 15 anos.

O recorte geográfico limitado é uma espécie de agravante relacionado não apenas a turistas desavisados, mas a muitos moradores da própria
babilônia carioca. Para ilustrar, tem botafoguense que nunca foi aoEngenhão. Claro, algo assim envolve outros méritos que não serão explorados, já que não é o "nosso caso". Evidentemente, existe uma limitação físico-espacial de tempo viável para locomoção. Conseguir atravessar grandes trechos da cidade em curto espaço de tempo é uma arte e exige extrema habilidade.

Sábado
sem sol e dia de jogo, esse humilde narrador resolve ir ao Festival de Jazz no Leblon com alguns comparsas. No coração do bairro, Ataulfo com Dias Ferreira. Policiamento ostensivo para garantir o ir e vir da burguesia, funcionárias do lar uniformizadas na janela, madames, cachorrinhos de madames, casais apaixonados, bebês felizes. Sem esquecer das patricinhas que vestem shorts por cima de calça para serem descoladas, colocam óculos doce & gabannacomprados na última viagem a Europa e usam maquiagem para ir na esquina de casa. Nesse caso específico, o cenário ainda era composto por formosas vendedoras de itaipava latinha a 5 reais e alguns transeuntes. Mas, para sorte de alguns, existe um boteco entre aquela famosa loja de sucos e aquele pomposo restaurante.

A hora foi passando e durante a apresentação de uma banda, o vocalista se refere ao
"maior malandro de todos os tempos ". Nesse momento, ele evoca Madame Satã. Falha grotesca. Todo mundo sabe que o título de "maior malandro de todos os tempos" é do grande Bezerra da Silva. E quem discorda disso não sabe nada sobre malandragem. Perambulando mais um pouco, um flamenguense provoca: -Vocês não deveriam estar no Engenhão? -Nós vamos. O sujeito olha para o relógio descrente...

(27/07/2009)

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