quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Ansiedade do Protagonista


Nossa história se passa precisamente nos anos dois mil e alguma coisa. Portanto, para deleite dos mais novos e indagações dos mais velhos, é normal que algumas tramas comecem ambientadas no âmbito virtual. O protagonista excerce um papel de intermediário entre público e mídia, convivendo assim com muitas pessoas. Por vezes, tal personagem esbarra com belos sorrisos no meio da multidão. Alguns bonitos, outros nem tanto. Ao esbarrar com o mais cativante deles, houve relutância. Afinal de contas, no meio de milhares de pessoas, ele já havia esbarrado com muitos sorrisos femininos que o fizeram balançar. Mas aquele sorriso voltava, e voltava. Junto com ele vinham pequenas impressões sobre um forte interesse em comum. Até quem um dia... escondidinho de carne da vó? Realmente, aí foi demais. Por trás de uma identidade secreta, nosso herói estabelece ali uma singela interação. Mais que isso, se vê impulsionado a ir no mercado comprar um escondidinho congelado. Não podia ser normal aquilo, mas o protagonista segue em frente. Afinal de contas, são realidades diferentes, distintas, existem barreiras... e isso sem contar o pequeno detalhe da identidade secreta!

O tempo passou, e aquele sorriso sempre esteve ali. As barreiras continuaram as mesmas. A vida segiu. Após uma triste decepção futebolística-amorosa, o protagonista compartilha suas frustrações com o público. A mesma multidão que lhe oferece sorrisos, também oferece palavras de incentivo. No meio de muitas tentativas, apenas uma pessoa consegue fazer o cidadão repensar e se reerguer. Por ironia do destino, tinha que ser justamente a mesma mulher, aquela do escondidinho, da fotinho que, no meio de tantas, teimava em chamar a atenção do protagonista.

Foram apenas dois momentos marcantes e tantos outros que passaram desapercebidos por um olhar platônico. Afinal, são realidades distintas, e ainda tem a identidade secreta... talvez se tivesse sido outro sorriso, outra fotinho, o caminho desse personagem teria sido mais fácil. Mas era ela.

O tempo passa mais um pouco e nosso protagonista cai. Desanimado, desacreditado ele resolve abandonar o seu posto de intermediário temporariamente. A multidão clama por esclarecimentos e no meio dela, adivinhem, aquela fotinho, aquele sorriso... junto com a sua despedida ao público, ele julga conveniente explicar a situação para ela. Pronto, identidade secreta revelada. Mas as outras barreiras permanecem intactas. Será? Nada que um vento não possa destruir ou ratificar a sua força. A partir daí duas pessoas aparentemente se acham no meio da multidão. Pequenos detalhes. Com uma sincronicidade avassaladora, descobrem uma infinidade de afinidades e uma vasta gama de assuntos. Nesse ritmo o assunto vai acabar antes de nos conhecermos pessoalmente. Talvez... e ainda existem outras barreiras... talvez.

Ele não tinha todo o tempo do mundo, mas disse que iria esperar. O tempo passou. E passou rápido... não existiam mais barreiras ou preocupações fortes o suficiente para segurá-los, apenas ansiedade pelo tão aguardado momento. E o inevitável está prestes a acontecer... o protagonista encerra aqui o seu relato, feito enquanto ela enche o tanque de gasolina do seu carro. Minutos em câmera lenta, horas que parecem uma eternidade. Em instantes ele irá conhecer a detentora daquele sorriso... talvez tenha sido apenas um devaneio compartilhado. Todavia, talvez tudo realmente faça sentido... e o público de filmes românticos sempre prefere acreditar nessa hipótese.

Em breve saberemos!

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